sábado, 3 de setembro de 2011

Como te vejo

seus olhos, seu toque
seu molde
me envolve...

e me abraça
me afaga, me cala
e me basta..

se faz presente
na voz, telepaticamente
me prende..

seduz, me conduz
ao seu sorriso que reluz
e faz jus...

seu ser por mim idealizado
amado, idolatrado
enraizado...

nas palavras que emergem
volta e meia, me perseguem
te elegem...

fonte de inspiração
ao coração, à razão
penso então..

se não és quem eu penso
me basta o alento
de o seres em meu pensamento.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Memórias Gerais

Puxando da memória as deliciosas lembranças que compõem minha infância, tenho um carinho especial pelas grandes viagens que fazíamos à terra natal de meu pai, Minas Gerais.

É chão! Como diz o matuto!

É tempo suficiente para estreitar ainda mais os laços daqueles que formavam a Caravana dos Oliveiras.

Se hoje ainda há quem reclame bastante das estradas, naquele tempo então! Quando você pegava um caminhão à frente, tinha que ter paciência e controle do carro para aproveitar a única oportunidade que lhe aparecesse de ultrapassá-lo.

Mesmo com ótimos motoristas (e meu pai, diga-se de passagem, praticamente é um piloto) a viagem sempre tardava bastante, dada a distância considerável da nossa meta (cerca de 1.800 km)

Pra nós, a criançada, eram férias ambulantes!

Éramos muitos pirralhos: 2 + 3 + 5 = 10!

Viajávamos todos os anos, nas férias de julho, já que no fim do ano eram os familiares mineiros que vinham aproveitar nossas praias. Então, meu pai, que sempre foi o mais animado da família, era o regente que mantínha-nos sempre motivados com tão cansativo deslocamento.

Tudo começava antes da viagem: organizar os preparativos! Bolávamos como seria a disposição dos colchões (tínhamos caminhonetas fechadas) para o CLUBE DA BAGUNÇA! Imaginávamos onde ficariam os brinquedos, e até projetamos uma mesa para o baralho.
Então, perto da viagem meu pai sempre nos animava, dizendo que já estava chegando a hora, e contávamos os dias pra estrear o nosso espaço personalizado móvel.

O caminho sempre começava de madrugada, para nos aproveitar dormindo, assim enjoávamos menos no carro. Ao acordar, ainda sonolentos, já sentíamos a adrenalina de termos iniciado o passeio. O almoço, era uma farra!! Pra mim, o melhor do ano: frango com farofa e refrigerante! Como nossa alimentação era rigorosa todo o ano, não havia problema fugir à dieta 2 dias! Então, poupávamos tempo e dinheiro na estrada, e os adultos faziam, com isso, a alegria da criançada.

Minhas tias e minha avó são ótimas contadoras de história, além de conhecedoras de quase tudo que sei. Então, ficávamos vidrados escutando cada coisa dita, perguntando mais detalhes e, na primeira oportunidade, colocando em prática o que havíamos aprendido.

Quando o papo acabava, restava à criatividade do meu pai contar piadas e nos fazer desafios, e quando o repertório já não dava conta, partíamos para a disputa mais simples, porém, mais empolgante da viagem: cada um escolhia um número de 0 a 9...quem tivesse escolhido o número que mais aparecia na placa dos carros (o último da sequência de 4 dígitos), ganhava! Qual era o prêmio?! Nenhum! A diversão já fazia de todos campeões!

Quando fomos crescendo, já não sentiam tanta necessidade de nos entreter. Então, comecei a achar meus próprios passatempos. Como nunca consegui ler em movimento, passei a fazer leituras de paisagens, e, penso eu, ter sido esse o motivo de eu gostar tanto de fotografar paisagens hoje em dia. Outra coisa típica minha, porém, mais estranha era escolher uma sujeira do parabrisas e, através de movimentos com minha cabeça, eu a desviava dos "obstáculos da pista". O mais comum era fazer zig-zaz com as faixas descontínuas pintadas no rolamento!

Também desenvolvi minha capacidade de observação..e dessa maneira, comecei a reparar como meu pai dirigia: q movimentos fazia, quais eram os sons, em quais momentos trocava a marcha...e fui pegando gosto pela coisa. Adorava fazer mil perguntas a meus pais, e eles respondiam sempre orgulhosos do meu interesse.

Mas, o que mais gravo em tudo isso, era a nossa chegada: sempre tão festejada! Primos abraçando uns aos outros, tios dando a bênção, a alegria estampada na feição de todos, e o sentimento que todo aquele sacrifício, já no primeiro momento: valeu à pena!

Agradeço a meus pais, tios e tias, por essas lembranças!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Faz tempo faz...

Faz tempo que tento achar plenitude no meu dia-a-dia
Tempo faz com que essa busca seja incansável e interminável

Faz tempo que vivo em conflito entre o coração e a razão
Tempo faz não haver um único vencedor

Faz tempo que almejo dissernimento para saber quando parar
Tempo faz minhas inquietudes aumentarem

Faz tempo que tento traduzir meus sentimentos
Tempo faz um terremoto que revira tudo a cada momento

Faz tempo que quero um amor tranquilo
Tempo faz reviver o que me leva a extremos

Faz tempo...que o tempo faz é brincar comigo..