sexta-feira, 26 de julho de 2013

NUVENS ROSADAS

Em minhas lembranças trechos são perdidos
Pequenas lacunas do paraíso
Talvez elas sejam propositais
Pra que eu busque, na realidade
Ter novamente possibilidade
De voltar a ter uma proximidade

E em meio a flashes e devaneios
Crio metáforas, nas quais te vejo

Enquanto o Sol traduz o teu sorriso
A Chuva mostra que o que me molha
Jorra da Nuvem a qual o Sol toca
E exala a brisa que me leva afora
Quando carrega com ela teu suspiro

Diante destas volumosas massas
Tão doces quando algodão de contos
Me vejo quase que paralisada
E resisto quanto à acordar do sonho

Então, ao lembrar-me daquele toró
Tão intenso e rápido, que me deu nó
Não deixo de fazer olhar mendigo
Te imploro por mais um chuviscozinho

Talvez como garoa paulistana
Respingos que a cachoeira emana
Cujas gotas sinto em minha boca
Uma por uma a me deixar mais louca
Demoradas como um fechar de olhos
Que hão de abrir só ao afastar-te a boca

E SE...

E se fosse fácil
Se for ao contrário
Se por um acaso estudasse ao lado

E se fosse forte
Se for meu esporte
Se por um acaso eu desse essa sorte

E se fosse nosso
Se for teu desejo
Se por um acaso és o que almejo

E se fosse lindo
Se for o qu´eu preciso
Se por um acaso te arrancasse risos

E se fosse um mar
Se for tão suave
Se por um acaso você me levasse

E se fosse você
Se for teu querer

Se por um acaso a gente era pra ser

SÓ DE OLHAR SEU OLHAR

Vem com a força de um furacão
Chega sem medo, invade e arrasa
Sem cerimônia, não dá opção
E deixa o corpo ardendo em brasa

Querer não querer-te
é remar na corrente
mais forte que a gente
cuja força regente
é, contrariamente
que nos encontremos
explosivamente
Senti o seu gosto,
tão pouco,
tão louco,
tampouco me foi
suficientemente

Uma conexão se estabeleceu no meu corpo / meus olhos / sem o objeto inspirador que os roubou o foco / tentam em vão buscá-lo em minha mente / Então vêm os meus pensamentos / decididos pulsam o peito / uma queimação que me remói por dentro / Inquieta o corpo / partes dele / estimula a dor onde vem o ardor / Me traz um tremor de ansiedade ao misturar o que foi vivido com o que ficou na vontade..

Não escolhi dominar tais instintos
Quero vivê-los, senti-los a finco
Saboreá-los, até que eu prove:
Certos momentos, quando bem sentidos

Perduram até bem mais que o infinito

terça-feira, 23 de julho de 2013

Olhos de fogo azuis

Há algo de poesia naqueles traços. Linhas marcadas pelo tempo e pelo esforço dos músculos faciais de demonstrarem a exaltação de inúmeras brigas compradas por aquele par de olhos azuis.

Se aspecto exterior transmite uma tranquilidade ilusória, quase celestial. Mas quem com ela convive já aprendeu a assustadora transformação que este semblante angelical é capaz de apresentar quando suas paixões e convicções são colocadas em risco

Paro e observo, em câmera lenta, sair daquela figura de baixa estatura, aparentemente frágil, palavrões encarrilhados destinados aos que rasparam o veludo que lhe recobre o ego. Mais que isso.. foram rasuras tão profundas que cicatrizaram as lembranças e símbolos que representam sua crença e encantamento.

E assim me vejo, a contemplar, simultaneamente, a bela e a fera, com a(s) qual(is) tenho o prazer de aprender sobre o que é fazer do trabalho uma paixão e filosofia de vida

(Vide Piedade - IPHAEP - 17 VII 2013)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Água de beber, camará

Cheguei a acreditar que relacionamento saudável seria aquele que dispensa a paixão que nos tira do  prumo.
Seria, então, um sinônimo de tranquilidade?
Na minha visão metafórica urbanística, talvez encontre o argumento contrário num questionamento interessante: seriam mais felizes os que fazem churrasquinho na laje em meio ao "caos" de uma favela ou os que correm na loucura fria, racional e hiperdimensionada das superquadras brasilienses?
O que importa para o equilíbrio não é o que nos afeta intensamente, mas como lidamos com isso..
Mais vale o que me deixa à flor da pele, oscilando entre quente e frio, mas que extrai de mim o meu melhor, do que o morno que sempre me fará sobreviver, ao invés de VIVER.

Água de Beber


Eu quis amar, mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração

Água de beber
Água de beber camará