segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rumos

Mãos
procuram a
Pele
que esconde
Caminhos
que despertam
Sentidos
que aguçam o
Instinto
que nos leva à
Loucura
até chegar ao
INFINITO.


Então...dorme no meu peito

segunda-feira, 16 de maio de 2011

pequenos GRANDES prazeres

Passamos a vida buscando grandes objetivos que, segundo nossas previsões, hão de nos dar segurança e conforto.

Até lá, batalhamos arduamente, abdicamos de certas coisas, damos tudo de nós.

'Não só de 'planos' vive o homem, mas de todo 'presente''..afinal, de quê vale pensar tanto à frente se não aproveitamos o agora? Não só a colheita há de ser saboreada, mas todo o processo do plantio que, embora cansativo, tem pequenos prazeres, sutilidades, que nos dão uma sensação agradável, incentivo e afago.


É sempre bom ter a sensibilidade de identificar esses pequenos agrados que nos rodeiam e nem sempre são vistos. Gosto de gostar, gosto de me apaixonar por pequenas coisas, e fico muito feliz sempre que descubro um novo prazer do meu dia-a-dia.

Ver sorrisos de crianças, e suas reações sempre criativas; tomar água com sede, o alívio de soltar o xixi preso, deitar quando se está com o corpo cansado, receber um elogio, observar a grandiosidade da natureza, dizer/escutar um sincero "eu te amo", ver o ninho de um passarinho no semáforo!

Alguns prazeres são mais pessoais..menos comuns, ou mesmo, despercebidos diante de outros. Afinal, depois de um dia calorento é tão, mas tão refrescante tomar uma ducha de água fresca que muitas vezes não percebemos a delícia de enxugar o corpo com uma toalha bastante absorvente e macia!!

Os prazeres existem o tempo todo..cabe a nós identificá-los e saboreá-los, tornando nossos dias ainda mais leves.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Brincadeiras de mão

Essas, lembro de cabeça:

"Tintin, Castelo
Mal assombrado
xixi de rato
por todo lado

A coitadinha
da princesinha
não aguentou
e desmaiou

Manchete, manchete
abriu, fechou, cruzou, sentou"

"Popai...
Popai...
Popai foi à feira
não tinha o que comprar
comprou uma cadeira para Olívia se sentar
Olívia se sentou, a cadeira escorregou
coitada da Olívia, foi parar no corredor. Dô-Dô"

"Borboletinha, amarelinha, fazendo chocolate para a vovozinha.
Poti, Poti, perna-de-pau, olho de vidro e nariz de pica-pau.
Subi no muro, escorreguei, cai sentada mas não chorei.
Papai de disse que era pecado, andar de braços com o namorado
Na sexta-feira, eu me casei
na quarta-feira me separei
Lá vem o padre, de bicicleta
Rasgou a cureca, eca-eca"

"Adoleta
Le peti, peti polá
Nescafé com chocolá
Adoleta
puxa o rabo do tatu
quem saiu foi tu
puxa o rabo da panela
quem saiu foi ela
Lá em cima do piano
tem um copo com veneno
quem bebeu morreu
o azar foi seu
rá, ré, ri, ró, RUA!"

"O trem maluco
quando sai de Pernambuco
vai fazendo vuvo-vuco
até chegar no Ceará
Rebola pai, mãe, filho
eu também sou da família
também quero rebolar.
Um pouco de coca-cola
Um pouco de guaraná
para refrescar.
Sete e sete são catorza
com mais sete, vinte e um
tenho sete namorados
mas não caso com nenhum
só me caso com aquele
que me der um jerimum
mum, mum"

"Parara, parats, parara parats, parara parats pararará. Perere..."

"Babalu
Babalu é Califórnia
Califórnia é babalu
eu só danço discote
discoteca é babalu
Estados, Unidos, balança o seu vestido
pra frente, pra trás, um dois, três"

"Lenga, la lenga, lagosta é lagoê
lagosta é ô, ô, lagosta é lagoê
lagosta é pa, pa, lagosta é lagoê
lagosta é nhê, nhê, lagosta é lagoê"

"VOU DIZER PRA TIA..
que o macaco deu bom dia
na casa da vizinha
comendo melancia"

"Somos quatro coleguinhas
eu com tu, tu com ela
Nós por cima, nós por baixo
Eu sem tu, tu sem ela
Nós por baixo, nós por cima"

Bons tempos!

Quando criança

Quando criança:
tinha medo dos jornalistas da tv, pois para onde eu me deslocasse, eles continuavam olhando;

preguei peças nos familiares fingindo que me machuquei, e levei bronca por não saber que poderiam não acreditar quando fosse de verdade;

peguei, algumas vezes, umas moedas destinadas a pagar estacionamentos no carro do meu pai, até tomar uma lição moral como um tapa de luvas: "querida, você não precisar pegar escondido, basta pedir";

fazia questão de lavar o carro e os cachorros, só pra tomar banho de mangueira;

achava que era louca, porque quando olhava para o sol, via pequenas manchas em formato de desenho ao olhar pros cantos;

desistia de brigar com minha mãe, pois não importava o quanto argumentasse, ela sempre ganhava;

sonhava que tinha um curto tempo para levar o q pudesse no supermercado de graça, mas nunca conseguia o que queria;

brincava de teatro, de exposições de coisas do mar, de concurso de talentos e vendia massagens para os tios e pais junto aos meus primos;

morria de medo do "circuito do terror", feito pelos mais velhos da família, que faziam túneis de colchão e se fantasiavam de seres estranhos com lâmpadas abaixo da cabeça;

brincava de "rouba bandeira", "primeiro de roda", "escravos de jó", "baleado", "cuzcuz porrada", "sete pecados", "adoleta" e diversas outras brincadeiras de mão;

no pique esconde, meu esconderijo favorito: telhado;

soprava a cara dos cachorros e depois corria para o pé de manga;

comia frutas no pé, e por isso, quase cai do jambeiro quando a galha na qual pisava se quebrou;

cantava a versão original de "Atirei o pau no gato"

Rodava peão, empinava pipa e caçava passarinhos e lagartixas com meu irmão;

dava "rabeada" de bicicleta;

visitava o antigo Aeroporto Castro Pinto, quando ainda existia nele um viveiro de peixes, e se andava de patins escondido dos guardas;

enganava, por vezes, minha mãe na hora de comer verdura, até que fui pega: joguei o alface pela janela e coloquei apenas uma pontinha na boca, para fingir mastigar na hora que ela aparecesse...o alface ficou pendurado no muro, e tive que comer o dobro da quantidade habitual;

tomava banho de chuva;

vivia com machucados...menina arteira;


quando criança...fui, realmente, criança. Sorte minha..

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Quem disse que a distância é sempre ruim?

Vinha numa trajetória , desde pirralha, em linha reta subindo a ladeira.

Lembro como ontem:

desde pequena, tive algumas características com as quais permaneço até hoje.

A mais forte e presente é o senso de justiça a ferro e fogo. Não que eu seja adepta do "olho por olho, dente por dente", acredito numa flexibilidade e diferenciação de caso para caso. Porém, sofro de uma necessidade de direitos iguais a todo custo, mesmo que isso venha a me consumir.
Outra? Ah..minhas manias metódicas! Com meu pai, apertada todos os parafusos soltos da prateleita da sua loja; com minha mãe, limpava o quintal milimetricamente (300m²!!!). Os fins de semana não fugiam à regra: após o almoço, me prontificava sempre para lavar as louças, tirando as sujeiras encarnadas das panelas que minhas tias não tinham paciência de tirar ao longo da semana. Com os amigos, limpava os vidrinhos de molho inglês e pimenta dos bares com palito e guardanapo.

"Xô neura"?! Que nada! Alguns podem achar doentio..eu vejo como gestos terapêuticos, que me fazem passar o tempo e alcançar o que chamo de "estágio de não pensar em nada", arejar a mente.

Voltando às minhas características...

O fato é que, minha maneira de ser me tornou bem diferente dos meus irmãos. Infelizmente, por mais que as mães se esforcem, sempre acabam errando, hora ou outra. Claro, ninguém é perfeito!

A questão é que minha mãe partilha das minhas manias de limpeza, porém, não comunga do meu senso de justiça por um grande motivo: é machista! Assim foi criada e dessa forma agiu por toda nossa criação. Meu pai também ajudou: não deixava meu irmão lavar uma louça sequer, para não correr o risco de virar "maricas".
Ora, além da homofobia implicada, parece que ele não tinha dimensão da falha como pessoa que isso poderia acarretar na formação do seu primogênito, ou mesmo, a quem isso afetaria indiretamente.


A linha reta que seguiu meus dias se traduz em brigas consecutivas reclamando meu direito de não limpar a casa só, poder levar meus amigos na sala e não ter blusas jogadas ou sapatos atirados. Revolta por só as moças terem que tomar conta da casa (é uma vergonha uma casa bagunçada com duas moças morando nela!) Nunca guardei revolta e sempre comprei brigas. Sujou? LIMPE! Bagunçou? Arrume, oras. Mas com isso peguei a fama de chatinha, de encrenqueira.


A gota d´água foi: mesmo morando fora de casa, meu irmão convencer minha mãe a criar um cachorro dentro do apartamento (coitado do cachorrinho..), onde ele se dizia o pai (por cobrir os gastos), mas não limpava suas "necessidades" nem perdia tempo educando-o. AMO animais, desde criança, mas acho que é preciso ter condições para criá-los. Não havia um canto da casa que não houvesse sido "batizado" por ele, e por isso, não tinha mais onde fazer o que mais gosto: deitar no chão geladinho. Não tinha mais coragem de levar meus amigos em casa, pelo incômodo que o cachorro sempre causava. Se voltasse ao meu discurso: mãe, a senhora age errado..continua agindo, como sempre....lá vinha a bronca: VOCÊ ESTÁ SE ACHANDO CRESCIDINHA, NÃO? QUERENDO ME DITAR O QUE DEVO FAZER?

Pois bem, resolvi respirar novos ares. Vim morar com meu pai. Apesar do peso de passar o dia só, não recebo reclamações. Organizo meu tempo, dou conta dos trabalhos, da roupa, da comida, da casa.. Deixei de ser a mal humorada.
Minha mãe agora me liga, com saudades. Não brigamos. Quem disse que a distância é sempre ruim?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

12 olhos

Vendo aquela imagem, me perguntava o que eles faziam olhando pra mim. Afinal, o que diziam? Olhares risonhos que traziam significados ocultos, como se já me despertassem opiniões concretas e abstratas, conhecidas e desconhecidas dentro do meu universo milimetricamente desorganizado dos pensamentos.

O mais destacado, tinha mesmo pinta de chamar mais atenção. Não era o mais velho, mas atuava como macho alfa. A seu lado, uma pequena grande notável se erguia, com um verde que destoava de todos os demais. Aquela que me olhava de lado, tinha um quê traquino, um "eu" visto por mim, transfigurado em linhas menores. Ao lado dela, um sorriso meio forçado me encarava como que sabendo tudo que me passava à cabeça. Ao centro, a personificação da satisfação e maturidade, um olhar que transmite a sensação de um porto seguro.


Não estão longe, nem perto. Não são estáticos, mas vivos. Me acompanham nos trabalhos e me incentivam nos momentos de cansaço. É mais que um porta retrato, um porta família.

Luz

Luminária
Ilumina
a mina, áurea
a área imaginária
minh´alma
acalma