segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Beto, O Alfa - ato α´

Certo dia a letra A, com seu jeitinho tímido e encantador, conquistou o coração da letra B. Era tudo lindo para os dois, e parecia que nada mais importava além do B-A-BA. “Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas”, e formou o inevitável: ABC. A chegada de C fez com que B achasse o B-A-BA tão “feijão com arroz”, tão básico e sem novidades, sem perspectivas ou aventuras. Mas essa tríade não estava predestinada a seguir junta, afinal, o ABC é só o começo de tudo. Logo, coube a B a difícil missão de escolher com qual das letras ficaria.
Ora, os pensamentos são feitos de frases, que são formadas de palavras, que são constituídas de sílabas e que, por sua vez, precisam de uma vogal para existirem. Será que precisam? A letra B não teve medo, e se entregou ao risco de vivenciar o inusitado BC, sem pretenções de formar palavras, sem prever os caminhos que tinham pela frente, sem saber onde terminaria essa história de amor.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Paisagens, Pensamentos e Passatempo

Se alguém te pede para, em uma imagem, associar CAOS e ÔNIBUS, o que te vem à mente? Para a maioria das pessoas, creio que seja um cenário de volta do trabalho, às 18h da noite, um trânsito infernal e a frustrante missão de chegar em casa de “busão”, dada a falta de um carro. Será mesmo que o ônibus representa esse caos, ou, pelo contrário, nos ajuda a fugir dele?
A vida é muito corrida (ou nós a fazemos ser?). Ok, pensemos que somos produtos de um meio, e muitas vezes refletimos seus valores e nos adaptamos às suas “necessidades”. Assim, preenchemos nossa rotina: trabalhamos, estudamos, organizamos, nos cuidamos, fazemos "uma social" .E o que fazemos no meio tempo que conecta essas diferentes atividades? Nos deslocamos!
Nem sempre destino e origem são os únicos palcos de momentos produtivos na nossa vida. A transição, por si própria, já é muito simbólica. Ao passar de um lugar a outro, nossa mente processa a mudança, e então nos desconecta dos temas relacionados ao ambiente de origem para nos sintonizar com o local de destino. É a hora que nos damos um descanso, o momento no qual refletimos, relaxamos e/ou planejamos.
Mesmo que o ato de dirigir seja, para muitos, prazeroso, duvido que algum motorista tenha mais oportunidade de apreciar os trajetos, com toda sua riqueza de elementos, do que um passageiro. O trânsito requer muita atenção: buracos, sinais, placas, faixas, buzinas, faróis, leis, previstos e imprevistos. Se exigimos tanto dos nossos sentidos, como percebemos a delícia do vento batendo no rosto ou contemplamos a céu de um fim de tarde?
Ônibus tem gosto de..o riso gostoso de um bebê, o cheiro das árvores de uma grande avenida; um tal de... carícias românticas de um casal adolescentes, a evolução de um prédio sendo construído; quem sabe... histórias mirabolantes do velhinho com o cobrador, as mais diferentes pessoas que se agrupam nos pontos de parada.
São paisagens e pensamentos, passatempos produtivos. São, mais que tudo, uma forma de nos conhecermos, de “viajarmos”, de quebrarmos o gelo e vermos em pequenas ações grandes oportunidades. É se permitir ler a vida escrita com “grãos de palavras”: "E descobri que a forma como eu a vejo tem ligação com o meu simples olhar”

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ão

Se você lesse o que minhas palavras não dizem, traduziria as batidas do meu coraçÃO

Fuxico

“Oi tumtum, bate coração..”
será que ele mata mesmo de prazer?
“Coração bobo, coração bola”..
bola de neve, cresce tanto, até doer.
“meu coração ‘tá’ batendo,
como quem diz: não tem jeito”..
faz o que quer, eu que aguente
esse regaço aqui dentro do peito
Apesar de não ser ”de papel”
Me mostra, na aquarela, o pincel
Que pinta meus medos no escuro
Um verde-água rebenta meu muro
É um “coração vagabundo”,
Que guarda em mim o mundo
E se me perco novamente no frio...
 “Tiritas pa este corazón partío”

domingo, 22 de agosto de 2010

Letras que fizeram história - 1

Preciso Dizer Que Eu Te Amo

Composição: Bebel Gilberto / Cazuza / Dé

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto
E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto
Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo tanto

Acordando

A cidade acordando..pássaros, latidos, brigas felinas..ônibus roucos. Carros já com tanta pressa? É o céu que já muda de cara. Tão indiferentes à minha noite atormentada. Angústia de vontade, falta de palavras. Falar sem ser ouvido, mas sentido..lá no íntimo. Não são as cenas que mais marcam em um sonho movimentado, mas a dor no peito, o nó no estômago, os sentimentos que envolvem o que despertou com pranto.

dEcoDIFICANDO

Se não encontramos sentido em palavras descontínuas, é sinal que elas não nos pertencem. São codificações que surgiram de um momento, uma mente..comumente tão estranho quanto comum..como qualquer um.