segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sons

música
pulse A

use-a
única
lúdica

fulmina
ilumina
ANIMA!

Mudar o mundo

Uma das frases musicadas que mais me marcou em tempos colegiais veio de Gabriel, o Pensador, e diz assim:


" A gente muda o mundo na mudança da mente"

Acredito completamente na força e necessidade dessa colocação, e vivo nas minhas inquietudes diferentes vidas imaginárias, nas quais sou jornalista, advogada, sou política e publicitária, assumo várias caras e formas pra tentar "resolver", ao menos em minha mente ingênua regada à boa vontade, parte das injustiças e entraves dos cenários deficientes que assimilo ao longo da minha humilde experiência de mundo.

No que eu me propuser a trabalhar, hei sim de colocar o meu suor e ousadia, buscar idéias, questionar, quebrar a cabeça - ou seria a cara?! Há um universo complexo se (re)formando à minha volta e em mim, e sinto uma ganância: a troca, aplicação e ampliação de conhecimento..devolver à sociedade o que ela me proporcionou em estudos; buscar amenizar hoje as falhas que terão proporções colossais no futuro; ou, simplesmente, saciar minha sede de resolução de problemas, dos mais úteis aos mais dispensáveis.

Escuto, então, outro tipo de comentário que tende a desanimar: "Ah, essa daí ainda está na fase de querer mudar o mundo; ainda tem muito o que aprender na vida" Ora, quer dizer que quando se "amadurece" obrigatoriamente significa não manter mais essa postura de mudança?

É fato que a vida nos dá rasteiras que, com o passar dos anos, nos fazem perder o estímulo para continuar lutando. É também evidente nos imaginar, em muitos casos, como na história do passarinho que, só com a água do seu bico, tenta (em vão) apagar sozinho o fogo da floresta. Respeito os que por desventura tenham perdido esse espírito revolucionário por decorrência das respostas negativas que obtiveram, mas critico abertamente os que consideram querer MUDAR O MUNDO um sinônimo de ingenuidade.

Pode que a pouca experiência seja fator de peso quanto a idealizar situações que tão cedo não seriam resolvidas, mas acreditar que NADA É IMPOSSÍVEL é a base para a MUDANÇA DA MENTE proposta pelo artista, seja qual for o âmbito no qual ocorra.

E hoje o que mais quero é me policiar para não me deixar abalar ao longo da minha trajetória daqui por diante, pois todos estamos fadados a problemas, mas só os que conseguem fazer dos obstáculos degraus para subir mais alto é que poderão fazer com que as coisas sejam, ao menos, diferentes no amanhã.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Traição

Uma coisa aprendi a dizer na vida: NUNCA DIGA NUNCA.

E com isso, já mudei diversas vezes de opinião sobre os mais variados assuntos.

Um deles, certamente, é a questão da traição. Afinal, até que ponto se perdoa uma? Quando ela se torna maior que o amor, ou mesmo, menor que outros defeitos? Que tipos existe? Quando se "justifica"?

Aprendi que a vida, como diz o bordão, "é uma caixinha de surpresas", e pode nos colocar em situações inesperadas, e por isso, nossa reação (não planejada) nos surpreende.

A pirralha que fui, quando ainda nem sabia o que era amar um parceiro, já se impunha com unhas e dentes. Não seguindo o Código de Hamurabi, pois nesse assunto não me via capaz de descontar na mesma moeda, mas sim com uma postura rígida, inflexível, de "confiança só se perde uma vez".

Então espalhava em rodas de "Luluzinhas" que comigo era assim: deu motivo, acabo sem volta.


Começando a escutar pessoas mais velhas (e machistas) ouvia dizer que uma mulher deveria ser mais amena, e considerar que todo homem tem "suas necessidades". Logo, era compreensível que um cara cedesse às vontades da carne (que é fraca), mas o mesmo não se aplicaria às mulheres, pois seriam mal vistas.

Ora...se o homem tem necessidades (predominantemente) carnais, que por vezes não são totalmente saciadas, a mulher também pode sentir falta, se não sexualmente, sentimentalmente. Isto dá a ela o "direito" de trair seu companheiro?


O tempo foi passando e experimentei uma nova fase de questionamentos sobre o assunto: "errar é humano, perdoar é divino". Via em filmes e outras modalidades de dramaturgia que mais valia o homem ou a mulher que traia mas continuava a dar amor ao parceiro, do que aquele(a) que não traía, mas destratava. Me impressionava a capacidade que via de se perdoar, e me perguntava se eu seria capaz disso um dia em nome de manter um grande amor.

O que percebi, com exemplos da ficção e da vida real, foi que as pessoas que traiam os parceiros que diziam amar sempre tinham um motivo que parecia querer fazer do seu erro menor: Uma oportunidade única em uma viagem, um dia de bebedeira, uma fase saturada no relacionamento, ou simplesmente, a pura insatisfação de estar com uma só pessoa, "justificariam" a traição, desde que fosse devidamente escondida (em "respeito") e que se compensasse depois com muito carinho e atenção.

Isso porque mesmo para os que traem, se o relacionamento é duradouro, e a pessoa sabe que quer aquele par para toda a vida, não quer abrir mão de continuar junto, mesmo que esteja desrespeitando o parceiro.


Pois bem..não me ponho a favor ou contra monogamia ou poligamia. Não vejo essa situação como algo imposto (obrigatoriamente) pela sociedade. O que pra mim deveria ser escancarado é: faça apenas o que você aceitaria que seu parceiro fizesse também. Já vi quem trai mas não perdoa traição..como pode tanta hipocrisia?!!!

Nosso lado egoísta nos faz pensar que, como a vida é uma só, temos que aproveitá-la ao máximo. Há quem o faça se relacionando com várias pessoas ao mesmo tempo. Há quem não seja adepto disso, mas que vive constantemente em busca de uma pessoa melhor, até quando já encontrou uma boa. E quando nos damos a oportunidade de conhecer/relacionarmo-nos com outras pessoas, mesmo que se esteja buscando saciar algo passageiro, há sempre o risco de se envolver a ponto de não querer mais o relacionamento no qual se está; e a parte traída fica em desvantagem. Isso é justo?!

Não acho que a posição sobre traição deveria ser inflexível, mas parece que se perdeu o senso, o limite, a noção de respeito e dignidade. Talvez isso seja reflexo da eterna insatisfação do homem (no sentido mais amplo), agravada por essa cultura individualista que nos permeia.

Posso estar errada, ingênua...assim como posso amanhã ser a que pula a cerca. Mas algo daquela menina ainda grita em mim..não através da revolta, do NUNCA; mas da busca pela consciência tranquila, almejando igualmente o equilíbrio entre traição e perdão.