Dor, revolta, raiva...ahhhhhhhhh
O nó na garganta quer se desfazer num grito...a mão fica agitada parecendo conter uma energia que vem de dentro e explode na barreira da pele, sem poder ser externada.
Vontade de descarregar tudo isso num fio terra..
Procuro formas de esquecer...descontar na mesma moeda. Pra quê? Isso não mudará o ocorrido.
Sabe-se o que se sente. Foge-se do que não se quer ver...a raiva se apossa..
É como uma urtiga que aparece quando você menos espera...incomoda..e por mais que se saiba que o certo é tentar esquecer e simplesmente se precaver da próxima, deixando o efeito passar aos poucos..você cede..coça...se machuca no ato de tentar em vão aliviar aquele incômodo..o que seria passageiro se torna um pesadelo sem fim de minutos.
Impotência..como é potente! Me fez provar do veneno que eu sem querer já despejei várias vezes..o feitiço se virou contra o feiticeiro? Talvez veneno e bruxa tornaram-se um...num gosto tão amargo, intragável.
“Después de la tormenta siempre viene la calma”...Explosão de raiva que após a disparada do coração tende a passar...como a água do rio que tende a correr e se renovar..
Palavras lavam para bem ou para mal. Na hora da raiva explodem como facas mortais, que não só penetram, mas se retorcem maquiavelicamente para triplicar a dor...
Mas também podem significar aquele braço forte que aguenta tua revolta..deixa que você extravase sua ira, te segurando firme..e quando você solta tudo que te sufoca o peito...quando tuas energias se esvaem ao ponto de já não lembrar o motivo que originou tudo..você vê que foram elas as resposáveis pela calmaria no teu coração.
Daí você para e repensa. Não obrigatoriamente você vai mudar de idéia, mas certamente, não agirá mais com as viseiras do ódio. O coração estará mais aberto para uma negociação mais sadia, a sensatez se fará mais presente.
A água, que de tão turva causava desespero, aos poucos se torna límpida e transparente. Não se sabe ainda qual rumo tomará, mas certamente, será de olhos bem abertos.