quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Traduções

Escrever é uma arte...um privilégio. Liberta e desperta emoções, seja de quem escreve, seja de quem lê. É incrível o poder das palavras. O simples fato de usá-las para tentar traduzir idéias, expor pensamentos ou desabafar sentimentos, nos proporciona auto-conhecimento.
Não conto o número de vezes em que achei que não teria noção sobre o que escrever ou dizer em determinadas situações, e ao me dispor a escrever, resgatei de mim opiniões que desconhecia, ou mesmo, que não imaginava terem tanta consistência. Também nos pregam peças, quando tentamos definir algumas palavras para pequenas crianças, e de tão óbvio que achamos os seus significados, de tão natural que nos parece conhecer seu uso sem precisarmos achar sinônimos, acabamos descobrindo que não conseguimos conceituá-las tão facilmente.

Idéias, inspirações, sonhos, sentimentos...muitos deles não podem ser transcritos, mas sem dúvidas, tornam-se mais compreensíveis ao “materializarem-se” em letras. São seres invisíveis que vestem-se de frases, para serem vistos, ou mascarados.

domingo, 19 de setembro de 2010

Fê e Liz

Ah, vida doce e amarga...
uma hora machuca, na outra afaga.

Estou presa nessa teia,
que me atrai e me repele,
que me toma a pele
e mede.
até onde? Segue!

Continua nesses caminhos tortuosos
ásperos de tão sedosos

Nesse labirinto cheio de aperto
só me acho quando me perco
encontro calma no desassossego
abro a alma e exponho o peito

Essa contradição, por fim
traz em mim
a Fê..e a Liz
Fê..Liz

sábado, 11 de setembro de 2010

Água e Urtiga

Dor, revolta, raiva...ahhhhhhhhh
O nó na garganta quer se desfazer num grito...a mão fica agitada parecendo conter uma energia que vem de dentro e explode na barreira da pele, sem poder ser externada.

Vontade de descarregar tudo isso num fio terra..

Procuro formas de esquecer...descontar na mesma moeda. Pra quê? Isso não mudará o ocorrido.
Sabe-se o que se sente. Foge-se do que não se quer ver...a raiva se apossa..

É como uma urtiga que aparece quando você menos espera...incomoda..e por mais que se saiba que o certo é tentar esquecer e simplesmente se precaver da próxima, deixando o efeito passar aos poucos..você cede..coça...se machuca no ato de tentar em vão aliviar aquele incômodo..o que seria passageiro se torna um pesadelo sem fim de minutos.

Impotência..como é potente! Me fez provar do veneno que eu sem querer já despejei várias vezes..o feitiço se virou contra o feiticeiro? Talvez veneno e bruxa tornaram-se um...num gosto tão amargo, intragável.

“Después de la tormenta siempre viene la calma”...Explosão de raiva que após a disparada do coração tende a passar...como a água do rio que tende a correr e se renovar..

Palavras lavam para bem ou para mal. Na hora da raiva explodem como facas mortais, que não só penetram, mas se retorcem maquiavelicamente para triplicar a dor...
Mas também podem significar aquele braço forte que aguenta tua revolta..deixa que você extravase sua ira, te segurando firme..e quando você solta tudo que te sufoca o peito...quando tuas energias se esvaem ao ponto de já não lembrar o motivo que originou tudo..você vê que foram elas as resposáveis pela calmaria no teu coração.

Daí você para e repensa. Não obrigatoriamente você vai mudar de idéia, mas certamente, não agirá mais com as viseiras do ódio. O coração estará mais aberto para uma negociação mais sadia, a sensatez se fará mais presente.
A água, que de tão turva causava desespero, aos poucos se torna límpida e transparente. Não se sabe ainda qual rumo tomará, mas certamente, será de olhos bem abertos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Beto, O Alfa - ato β´

A decisão de B trouxe para C uma alegria que jamais sentira antes, um sentimento novo, quentinho, que lhe causava “borboletas no estômago”. “Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas”, e por mais que C sentisse todo o amor que B lhe ofertava, não esquecia que foi A Outra, a letra que despretenciosamente interferiu no B-A-BA e quebrou as regras da gramática do amor.
Na Cabecinha de C, agora, qualquer letra poderia chegar e roubar o amor de B: vogais ou consoantes, maiúsculas ou minúsculas, do alfabeto português ao grego. A constante sensação de insegurança foi o fardo que B e C tiveram que suportar como consequência da aventura que optaram por seguir.