segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Desabafos II

Resolvi dar a você o respiro que parecia ser necessário para que não surtasse só de falar comigo.

Resolvi dar a você um tempo para pensar e ver se sou uma tampa justa ou incompatível com sua panela.

Resolvi dar a mim o direito de, por raridade, deixar meu amor próprio falar mais alto.

Resolvi, desta vez, não resolver nada à luz da cegueira que a tristeza e a desilusão me causam..


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Eu hoje decidi, baby. Não te escrevo mais.
Escrevo para quem de fato devo satisfação do meu temor e do meu desejo:
Eu mesma, e quem mais?!

Desabafos I

Eu, com minha agonia
De tentar te fazer me olhar
Com os mesmos olhos que te via
Criei em ti uma imagem que não me pertencia
Não por não ter os méritos que a mim cabia
Mas porque a maior parte dos meus defeitos omitia

Talvez tanto esforço
Pra que o encantamento fosse recíproco
E uma chance a mim fosse dada
Tenha gerado uma espécie de ofuscamento
Às linhas mais negras, pesadas
E tensas que desenham minh'alma

Não sou, agora vês, de tão fácil convívio
Mas se ainda queres desvendar-me
Te decifro os códigos que acessam o melhor de mim
Para que ele compense o que possa haver de ruim

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Entre farpas e afagos

Incrível ainda me parece
Quanto SEMPRE me entorpece
Esse nosso beijo louco

Não importa quanto espinho
Tenhamo-nos, em desaninho
Por rosas cuspido fogo

Minha raiva até esquece
Que existiu, logo padece
Ante as curvas do teu corpo

Mesmo se o brio for atingido
E o orgulho for ferido
Cedo ao verte olho a olho

Então pergunto
Não vês tu,
Também o mesmo?
Talvez devêssemos..

Mais rever, do que temer
Mais sentir do que fugir
E finalmente entender

Usamos armas na luta ao longe
Pois na batalha, corpo a corpo
Impulsiva e intensamente
Serei sempre tua amante

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Colírio

Brilha o olho tão risonho, abaixo do qual o sorriso que se abre contagia.

Reluz a face, tão bela, que além do desenho  -  mais que ele, em verdade - produz encantamento; o semblante traduz o que vem de dentro.

Tão simples, tão rápido, mas num momento me deparo com aquela situação em que o tempo é mascarado.

Transmite um quê, um algo, não sei, só sinto que abstrato se concretiza em meus riscos expressivos.

Não vejo um caminho além do escondido. Talvez nem esse caiba, por certo nem fosse o caso. Quiçá o platônico é seu destino..

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A falta me faz

Saudade,
de falar no teu ouvido
dar um abraço bem sentido
te dizer de como eu fico
quando não estou contigo

Vontade,
de te olhar dentro do olho
sufocar-te em beijo louco
alisar todo teu corpo
afundar-me em teu pescoço

Desejo,
de arrancar-te mil suspiros
provocar-te calafrios
saciar-te corpo e espírito
me deleitar no paraíso

E assim me faço:

Sou saudade..
Sou vontade..
Sou desejo.. .

sexta-feira, 26 de julho de 2013

NUVENS ROSADAS

Em minhas lembranças trechos são perdidos
Pequenas lacunas do paraíso
Talvez elas sejam propositais
Pra que eu busque, na realidade
Ter novamente possibilidade
De voltar a ter uma proximidade

E em meio a flashes e devaneios
Crio metáforas, nas quais te vejo

Enquanto o Sol traduz o teu sorriso
A Chuva mostra que o que me molha
Jorra da Nuvem a qual o Sol toca
E exala a brisa que me leva afora
Quando carrega com ela teu suspiro

Diante destas volumosas massas
Tão doces quando algodão de contos
Me vejo quase que paralisada
E resisto quanto à acordar do sonho

Então, ao lembrar-me daquele toró
Tão intenso e rápido, que me deu nó
Não deixo de fazer olhar mendigo
Te imploro por mais um chuviscozinho

Talvez como garoa paulistana
Respingos que a cachoeira emana
Cujas gotas sinto em minha boca
Uma por uma a me deixar mais louca
Demoradas como um fechar de olhos
Que hão de abrir só ao afastar-te a boca

E SE...

E se fosse fácil
Se for ao contrário
Se por um acaso estudasse ao lado

E se fosse forte
Se for meu esporte
Se por um acaso eu desse essa sorte

E se fosse nosso
Se for teu desejo
Se por um acaso és o que almejo

E se fosse lindo
Se for o qu´eu preciso
Se por um acaso te arrancasse risos

E se fosse um mar
Se for tão suave
Se por um acaso você me levasse

E se fosse você
Se for teu querer

Se por um acaso a gente era pra ser

SÓ DE OLHAR SEU OLHAR

Vem com a força de um furacão
Chega sem medo, invade e arrasa
Sem cerimônia, não dá opção
E deixa o corpo ardendo em brasa

Querer não querer-te
é remar na corrente
mais forte que a gente
cuja força regente
é, contrariamente
que nos encontremos
explosivamente
Senti o seu gosto,
tão pouco,
tão louco,
tampouco me foi
suficientemente

Uma conexão se estabeleceu no meu corpo / meus olhos / sem o objeto inspirador que os roubou o foco / tentam em vão buscá-lo em minha mente / Então vêm os meus pensamentos / decididos pulsam o peito / uma queimação que me remói por dentro / Inquieta o corpo / partes dele / estimula a dor onde vem o ardor / Me traz um tremor de ansiedade ao misturar o que foi vivido com o que ficou na vontade..

Não escolhi dominar tais instintos
Quero vivê-los, senti-los a finco
Saboreá-los, até que eu prove:
Certos momentos, quando bem sentidos

Perduram até bem mais que o infinito

terça-feira, 23 de julho de 2013

Olhos de fogo azuis

Há algo de poesia naqueles traços. Linhas marcadas pelo tempo e pelo esforço dos músculos faciais de demonstrarem a exaltação de inúmeras brigas compradas por aquele par de olhos azuis.

Se aspecto exterior transmite uma tranquilidade ilusória, quase celestial. Mas quem com ela convive já aprendeu a assustadora transformação que este semblante angelical é capaz de apresentar quando suas paixões e convicções são colocadas em risco

Paro e observo, em câmera lenta, sair daquela figura de baixa estatura, aparentemente frágil, palavrões encarrilhados destinados aos que rasparam o veludo que lhe recobre o ego. Mais que isso.. foram rasuras tão profundas que cicatrizaram as lembranças e símbolos que representam sua crença e encantamento.

E assim me vejo, a contemplar, simultaneamente, a bela e a fera, com a(s) qual(is) tenho o prazer de aprender sobre o que é fazer do trabalho uma paixão e filosofia de vida

(Vide Piedade - IPHAEP - 17 VII 2013)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Água de beber, camará

Cheguei a acreditar que relacionamento saudável seria aquele que dispensa a paixão que nos tira do  prumo.
Seria, então, um sinônimo de tranquilidade?
Na minha visão metafórica urbanística, talvez encontre o argumento contrário num questionamento interessante: seriam mais felizes os que fazem churrasquinho na laje em meio ao "caos" de uma favela ou os que correm na loucura fria, racional e hiperdimensionada das superquadras brasilienses?
O que importa para o equilíbrio não é o que nos afeta intensamente, mas como lidamos com isso..
Mais vale o que me deixa à flor da pele, oscilando entre quente e frio, mas que extrai de mim o meu melhor, do que o morno que sempre me fará sobreviver, ao invés de VIVER.

Água de Beber


Eu quis amar, mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração

Água de beber
Água de beber camará

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A verdade


A verdade é essa, meu amor
Nua e crua, embora envolta por uma áurea linda
Nos perdemos ou nunca nos encontramos
Nos achamos ao acaso, no envolvemos sem querer, nos entregamos sem noção do tamanho do abismo, nos questionamos sem termos a certeza do quanto nos teríamos a sacrificar para fazer dar certo
Nadamos, nadamos.. mas não morremos na praia, porque nem lá chegamos
Nessa viagem que fizemos, mais planejamos que executamos, mais sonhamos que vivemos,  embora sempre nos tenhamos amado intensa e imensamente.

A verdade é essa, meu amor
Nua e crua, embora mascarada pela ilusão
Achamos que tinha de ser, mas talvez nunca fosse pra sê-lo
Criamos por quês e porquês, que nos levaram a lugar algum
Insistimos numa guerra onde sobravam batalhas sangrentas e perdidas, somente por lembrarmos daquelas, tão poucas, que sentíamos que o mundo era pequeno para nós
Nessa luta que travamos, mais nos machucamos que nos fizemos bem, mais nos perdemos que nos ganhamos, embora sempre nos tenhamos amado intensa e imensamente.

A verdade é essa, meu amor
Nua e crua, embora a vida siga.
É chegada a hora de nos desprendermos dos sonhos idealizados tão, tão distantes, da realidade.
É tempo de guardarmos com carinho o que foi bom, e a ternura que nos une as almas.
Devemos preservar o respeito e amor que nunca deixará de existir mutuamente, e guardá-lo como uma foto que eterniza um laço e uma memória que nos ajudou a ser quem somos e quem seremos.
Nesse amor que vivemos, crescemos mais que esperávamos, evoluímos mais que poderíamos se estivéssemos sós, porque sempre nos amamos intensa e imensamente.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

ANCORA em mim

Que ironia me trazes, oh águas desse destino torto
De um lado, cansei de remar contra a maré de novo
De outro, jogo a âncora que atraca meu barco tolo
e amarro o impossível na prudência de um cais insosso ..

E eis que logo ela
a âncora, me desperta
a velejar o perigoso


É com ela que eu quero
ir a águas mais profundas

ainda desconhecidas
mas já tão cobiçadas

É nela que teu nome
ao meu se entrelaça..

Versos secretos de outrem


Amor secreto é o amor verdadeiro,
Que, por um azar, chegou atrasado.
Mas com perfeito encaixe de corpo
E alma. Na justa medida do pecado!"
Mary Trujillo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Não escrevo poemas
Escrevo-me, simplesmente

Se acontecer de resultarem versos
Não são poesias
São Fernandesias
Juntei os cacos dos pensamentos vagos que explodiram em um dado momento, lapidando-os velada pela madrugada aveludada, e os converti em texto.

Prazer de escrever.. pra mim! pra quem merecer..

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Gosto

Pessoas, coisas, lugares, lembranças, texturas, sensações..

que me fazem --> voar

que me estimulam --> criatividade

que me provocam --> euforia

que me arrancam --> sorrisos


Porque..

Problemas, chateações, doenças, limitações, decepções, desilusões..

me fazem --> cair

me estimulam --> negativamente

me provocam --> dor

me arrancam --> leveza


E o balão da minha vida deve estar (sempre) balanceadamente em movimento!