terça-feira, 10 de maio de 2011

Quando criança

Quando criança:
tinha medo dos jornalistas da tv, pois para onde eu me deslocasse, eles continuavam olhando;

preguei peças nos familiares fingindo que me machuquei, e levei bronca por não saber que poderiam não acreditar quando fosse de verdade;

peguei, algumas vezes, umas moedas destinadas a pagar estacionamentos no carro do meu pai, até tomar uma lição moral como um tapa de luvas: "querida, você não precisar pegar escondido, basta pedir";

fazia questão de lavar o carro e os cachorros, só pra tomar banho de mangueira;

achava que era louca, porque quando olhava para o sol, via pequenas manchas em formato de desenho ao olhar pros cantos;

desistia de brigar com minha mãe, pois não importava o quanto argumentasse, ela sempre ganhava;

sonhava que tinha um curto tempo para levar o q pudesse no supermercado de graça, mas nunca conseguia o que queria;

brincava de teatro, de exposições de coisas do mar, de concurso de talentos e vendia massagens para os tios e pais junto aos meus primos;

morria de medo do "circuito do terror", feito pelos mais velhos da família, que faziam túneis de colchão e se fantasiavam de seres estranhos com lâmpadas abaixo da cabeça;

brincava de "rouba bandeira", "primeiro de roda", "escravos de jó", "baleado", "cuzcuz porrada", "sete pecados", "adoleta" e diversas outras brincadeiras de mão;

no pique esconde, meu esconderijo favorito: telhado;

soprava a cara dos cachorros e depois corria para o pé de manga;

comia frutas no pé, e por isso, quase cai do jambeiro quando a galha na qual pisava se quebrou;

cantava a versão original de "Atirei o pau no gato"

Rodava peão, empinava pipa e caçava passarinhos e lagartixas com meu irmão;

dava "rabeada" de bicicleta;

visitava o antigo Aeroporto Castro Pinto, quando ainda existia nele um viveiro de peixes, e se andava de patins escondido dos guardas;

enganava, por vezes, minha mãe na hora de comer verdura, até que fui pega: joguei o alface pela janela e coloquei apenas uma pontinha na boca, para fingir mastigar na hora que ela aparecesse...o alface ficou pendurado no muro, e tive que comer o dobro da quantidade habitual;

tomava banho de chuva;

vivia com machucados...menina arteira;


quando criança...fui, realmente, criança. Sorte minha..

4 comentários:

  1. "Baita" Sorte Mesmo.............
    Outro exercício ótimo pra se fazer... pensar em nossas artes de tempos atrás... no geral os pequenos querem ser grandes rápido... depois verão como essa vida de pés descalços é muito boa...
    Mas sem nostalgia, viver cada minuto é maravilhoso também... viva o ontem, o hoje e amanhã!!!
    Bjosssssssssss!!!

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  2. Por sorte sempre tive essa noção de tentar aproveitar cada idade. Fui pirralha de pés descalços e cabelos arrepiados. Hoje sou jovem, com grandes sonhos. Amanhã espero continuar me sentindo realizada. Beijos!

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  3. arteira????vc foi terrível rsrsrsr .Apesar da diferença de idade,algumas das suas escolhas foram iguais as minhas:subir na figueira para me esconder no telhado,comer frutas do pé,só que eucaí mesmo...quase quebrei a cabeça,peguei moedas da carteira do meu pai,só que levei um tapão na orelha,tomava banho de mangueira quando lavava o quintal,cantei atirei um pau no gato da única forma irracional da época rsrsrs,rodava pião,pipa,e estilingue e carrinho de rolem(grnade furos no joelho)etc...agora,vc com sua alface superou todas as loucuras rsrsrsr achei engraçado e imagino vc tendo que comer duas vezes mais....Que texto saudoso vc escreveu...se vc já sente isso,imagine eu ...não mudamos,só ficamos mais velhos...um abração Frnda

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  4. Prazer imenso ver lembranças em comum entre nós!

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