terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pingos de humanidade

Uns pingos..

espera, são pingos?

De fato! Ainda tímidos, mas já se lançando ao parabrisas. Anunciava uma chuva indecisa, daquelas que não sabem se vão ou se ficam, se derretem ou carregam sozinhas o peso que incorporam.

Olhos atentos, já que carros altos à frente limitam a visão.

Cadê? Será?
Sim, sim!! Há pedestres esperando alguém parar para então avançar.

Nossa, que alegria boba, mas verdadeira a que sinto de um gesto tão pequeno.


Com os transeuntes, prioridade total. Mas os carros...ah, motos...quase pragas que dominaram o espaço viário.
Não têm o meu respeito aqueles que não sabem ser humildes e esperar a vez ou o favor.


Mas um, hoje, foi especial. Parecia ter se perdido, ou mudado de rota subtamente. Então avançou a primeira, a segunda faixa.. até que resolvi lhe ceder o espaço à minha frente. Uma buzinada de agradecimento e meu sorriso instantâneo!

Após a conversão, semáforo fechado. Então paro e penso no ocorrido, em como seria saudável um trânsito com mais motoristas exemplares como aquele diante de mim.

Meus pensamentos foram longe...

foram,
interrompidos

Sirene?
Pelo retrovisor confirmo: sirene! Ambulância..
Rápido, liberar o espaço central.

Juntei meu carro o máximo que pude do meio fio super alto do canteiro central, e medi a distância do carro ao lado, para me certificar que seria o suficiente para a passagem do veículo com prioridade.

Então sinto como uma imagem cinematográfica, que surpreendentemente me pulsou mais forte o peito:

Quase em sincronia, os carros todos, populares, importados, limpos ou sujos, de motoristas educados ou imprudentes...todos abrindo passagem para aquele que transportava alguma vida em risco.

Pingos..

Sério?
Sim..Pingos que se desprenderam timidamente dos meus olhos..

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