quarta-feira, 11 de abril de 2012

A primeira dança

Aquela não era, desde o início, pra ser uma dança qualquer.
A música embalou antes mesmo que alguma das partes se desse conta.
Envolveu, seduziu e conduziu ao inesperado.
A faísca tímida da intenção, ainda subconsciente, era lançada como dardos a 20 metros de distância do alvo, ainda sem metas ou dimensão do seu alcance...


Mas converteu-se em munição pesada
e a sinfonia tomou nova cara
deixando de lado o despropositado bolero
para vestir a atitude do tango, que tempero.
E no sabor do novo ritmo
Outro olhar, sereno e íntimo
Como em todo espetáculo vivido, intenso e sentido
Outros elementos integram a trama e formam o drama;
mas também trazem o perigo que provoca, acende a chama.
E esse contexto eleva ao clima
Atitude instintiva e impulsiva
O tango abre espaço e o Zouk se aproxima.
Tão alucinante e sensual, que embaça a vista.
Armadilha que nos prende à pista, sutil ironia:
Abriu novas portas justo quando impediu a saída.
Voyers com suas sirenes, beirando a fresta
Tanto olharam e intimidaram que acabaram a nossa festa.
Só que o fim daquela dança não haveria de ser Adeus,
Mas um breve até logo de quem por dentro ardeu.

3 comentários:

  1. Fernanda...acho tão lindo quando vejo uma jovem como vc,se expressando em forma de versos, poesias ,criando e contando de forma poetica seus devaneios.

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    1. Nem sempre escrevo por versos, mas tenho uma necessidade urgente de colocar para fora os sentimentos que gero, como se eu me usasse enquanto laboratório de autoconhecimento: provoco as situações, as vivencio, e depois as registro da maneira mais instintiva possível.. por vezes saem rimas, outras textos corridos, em algumas até, palavras desconexas aos olhos de outros.. Estas últimas são ainda mais minhas!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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