quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Colírio

Brilha o olho tão risonho, abaixo do qual o sorriso que se abre contagia.

Reluz a face, tão bela, que além do desenho  -  mais que ele, em verdade - produz encantamento; o semblante traduz o que vem de dentro.

Tão simples, tão rápido, mas num momento me deparo com aquela situação em que o tempo é mascarado.

Transmite um quê, um algo, não sei, só sinto que abstrato se concretiza em meus riscos expressivos.

Não vejo um caminho além do escondido. Talvez nem esse caiba, por certo nem fosse o caso. Quiçá o platônico é seu destino..

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A falta me faz

Saudade,
de falar no teu ouvido
dar um abraço bem sentido
te dizer de como eu fico
quando não estou contigo

Vontade,
de te olhar dentro do olho
sufocar-te em beijo louco
alisar todo teu corpo
afundar-me em teu pescoço

Desejo,
de arrancar-te mil suspiros
provocar-te calafrios
saciar-te corpo e espírito
me deleitar no paraíso

E assim me faço:

Sou saudade..
Sou vontade..
Sou desejo.. .

sexta-feira, 26 de julho de 2013

NUVENS ROSADAS

Em minhas lembranças trechos são perdidos
Pequenas lacunas do paraíso
Talvez elas sejam propositais
Pra que eu busque, na realidade
Ter novamente possibilidade
De voltar a ter uma proximidade

E em meio a flashes e devaneios
Crio metáforas, nas quais te vejo

Enquanto o Sol traduz o teu sorriso
A Chuva mostra que o que me molha
Jorra da Nuvem a qual o Sol toca
E exala a brisa que me leva afora
Quando carrega com ela teu suspiro

Diante destas volumosas massas
Tão doces quando algodão de contos
Me vejo quase que paralisada
E resisto quanto à acordar do sonho

Então, ao lembrar-me daquele toró
Tão intenso e rápido, que me deu nó
Não deixo de fazer olhar mendigo
Te imploro por mais um chuviscozinho

Talvez como garoa paulistana
Respingos que a cachoeira emana
Cujas gotas sinto em minha boca
Uma por uma a me deixar mais louca
Demoradas como um fechar de olhos
Que hão de abrir só ao afastar-te a boca

E SE...

E se fosse fácil
Se for ao contrário
Se por um acaso estudasse ao lado

E se fosse forte
Se for meu esporte
Se por um acaso eu desse essa sorte

E se fosse nosso
Se for teu desejo
Se por um acaso és o que almejo

E se fosse lindo
Se for o qu´eu preciso
Se por um acaso te arrancasse risos

E se fosse um mar
Se for tão suave
Se por um acaso você me levasse

E se fosse você
Se for teu querer

Se por um acaso a gente era pra ser

SÓ DE OLHAR SEU OLHAR

Vem com a força de um furacão
Chega sem medo, invade e arrasa
Sem cerimônia, não dá opção
E deixa o corpo ardendo em brasa

Querer não querer-te
é remar na corrente
mais forte que a gente
cuja força regente
é, contrariamente
que nos encontremos
explosivamente
Senti o seu gosto,
tão pouco,
tão louco,
tampouco me foi
suficientemente

Uma conexão se estabeleceu no meu corpo / meus olhos / sem o objeto inspirador que os roubou o foco / tentam em vão buscá-lo em minha mente / Então vêm os meus pensamentos / decididos pulsam o peito / uma queimação que me remói por dentro / Inquieta o corpo / partes dele / estimula a dor onde vem o ardor / Me traz um tremor de ansiedade ao misturar o que foi vivido com o que ficou na vontade..

Não escolhi dominar tais instintos
Quero vivê-los, senti-los a finco
Saboreá-los, até que eu prove:
Certos momentos, quando bem sentidos

Perduram até bem mais que o infinito

terça-feira, 23 de julho de 2013

Olhos de fogo azuis

Há algo de poesia naqueles traços. Linhas marcadas pelo tempo e pelo esforço dos músculos faciais de demonstrarem a exaltação de inúmeras brigas compradas por aquele par de olhos azuis.

Se aspecto exterior transmite uma tranquilidade ilusória, quase celestial. Mas quem com ela convive já aprendeu a assustadora transformação que este semblante angelical é capaz de apresentar quando suas paixões e convicções são colocadas em risco

Paro e observo, em câmera lenta, sair daquela figura de baixa estatura, aparentemente frágil, palavrões encarrilhados destinados aos que rasparam o veludo que lhe recobre o ego. Mais que isso.. foram rasuras tão profundas que cicatrizaram as lembranças e símbolos que representam sua crença e encantamento.

E assim me vejo, a contemplar, simultaneamente, a bela e a fera, com a(s) qual(is) tenho o prazer de aprender sobre o que é fazer do trabalho uma paixão e filosofia de vida

(Vide Piedade - IPHAEP - 17 VII 2013)